O Significado Matemático da Sabedoria ao Longo do Tempo
Decidimos então fazer um gráfico, analisando a “taxa de crescimento da sabedoria” ao longo dos anos (observação: claro que eu poderia ter 80 anos e não saber nada, e Maya poderia ter 10 e saber muito, mas, como diz a velha condição estatística ceteris paribus — “mantidas as demais condições constantes” —, todos nós, de alguma forma, aprendemos, crescemos e amadurecemos com o tempo). Aqui está o que criamos e o que aprendemos juntos com essa análise.
À medida que os anos passam, a sabedoria da Maya, em comparação com a minha, cresce em proporção. Quando Maya tem 0 e eu tenho 30, ela sabe muito pouco, quase nada numericamente falando (só sabe chorar de fome e expressar dor) — está aproximadamente com 0% do “nível de sabedoria” em relação às experiências de vida do pai. Aos 15, ela já alcançou 33,3%. Aos 30, ela atingirá 50% do seu potencial de sabedoria em comparação com o pai, considerando que viverá as mesmas oportunidades (ceteris paribus) que eu vivi. Aos 45, estará em 60%, e aos 60, em 66,7% do “nível de sabedoria” em relação a mim. E assim por diante.
A matemática por trás disso é bem simples: a medida que nossos anos de vida aumentam, a diferença constante de 30 anos entre mim e a Maya se torna cada vez menos relevante — numericamente falando. Por exemplo, se eu vivesse 1.000 anos e Maya 970, a diferença entre nossas taxas de crescimento da sabedoria seria de apenas 3% (1 - (970/1.000)*100). O nível de sabedoria da Maya, nesse ponto, seria 97% do meu. Dá para perceber como o gráfico começa a se estabilizar em nossas “idades-limite”; isso acontece porque o “conhecimento incremental” vai se diluindo com o tempo (novamente, considerando a diferença constante de 30 anos entre nós).
Mas será que isso é verdade, além do divertido modelo matemático acima? Considere a irmã da Maya, Juliette. Elas têm apenas dois anos de diferença, e essa diferença constante, sendo muito menor que 30 anos, se torna “irrelevante” mais rapidamente. Por exemplo, quando Maya já andava, Juliette ainda tentava sustentar a própria cabeça. Quando Maya estava deixando a fase das bonecas, Juliette ainda brincava com elas. Maya está agora no ensino médio, e sua irmã, no oitavo ano (uma grande diferença em termos de dinâmica escolar, pressão dos colegas etc.). Mas, quando Maya tiver 25 e Juliette 23, ou digamos, 40 e 42 respectivamente, suas experiências de vida e “níveis de sabedoria” (considerando experiências de vida semelhantes) poderão ser muito próximos.
Enxergar esse amadurecimento da sabedoria de uma forma divertida e numérica ajudou Maya e eu a compreender um pouco melhor o processo de envelhecer. Se não for por mais nada, agora nós dois sabemos um pouquinho mais.
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